terça-feira, 15 de junho de 2010

A prostituição de terno e tailleur

A prostituição é uma das mais antigas profissões que se tem registro na nossa história. Trata-se do prazer pago, onde uma pessoa (homem ou mulher) “comercializa” o seu próprio corpo em troca de dinheiro ou de algum favorecimento pessoal, sem se envolver emocionalmente.

Os padres da Philokalia foram os primeiros a definirem a prostituição como sendo a desvalorização de si mesmo e do outro, tratando a si e ao outro como objeto de consumo e de prazer

Com o advento do capitalismo, a vida passou a girar em torno do dinheiro, corrompendo os princípios morais e a prostituição sofisticou-se e recebeu novos contornos na sociedade ocidental.

Toda a vez que se quer ou procura diretamente o prazer do dinheiro há uma gravíssima desordem emocional e se coloca em risco a conservação do amor pelo ser. Uma vez que as pessoas procuram acumular dinheiro não para satisfação de suas necessidades básicas de sobrevivência, mas para alimentar a sua vaidade e se auto-afirmar.

Na nossa sociedade, quando se menciona uma prostituta, logo é apresentada uma figura estereotipada, tal como uma mulher com roupas sumárias, ofertando-se à noite numa das esquinas do centro da cidade. Mas se aprofundarmos um pouco a reflexão do que ocorre no mundo profissional onde o valor do indivíduo é mensurado a partir dos bens que ele acumula e exibe, verificaremos que não há muita diferença entre certos profissionais e os confessos vendilhões do prazer.

Atualmente muitos profissionais não são comerciantes do corpo, mas tão somente da sua alma, embora em alguns casos ainda há a retribuição do favorecimento profissional por meio de relações sexuais. Quem nunca ouviu dizer ou disse que a loira gostosa só foi promovida porque “deu” para o chefe?

Entretanto esses profissionais jamais admitirão a venda de suas almas tal qual a prostituta vende o seu corpo, no entanto, por uma carteira recheada de dinheiro ou a segurança de um bom emprego, muitos profissionais são capazes de abrir mão de sua liberdade de expressão e das suas convicções pessoais, permitindo ser manipulados e virarem um brinquedinho na mão daqueles que detêm o poder.

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