sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cada macaco no seu galho e cada profissional na sua área de atuação!

Na natureza, existem leis que estabelecem uma fronteira, uma divisão entre as espécies e uma hierarquia no convívio social para manter o equilíbrio natural. Os “bens imóveis” da natureza estão sempre sendo cobiçados e mudando de mãos segundo as leis de sobrevivência, como, por exemplo, ocorre com os macacos.


Os macacos passam grande parte de suas vidas nas árvores, todos em diferentes galhos e a diferentes níveis, uns fazendo a vigília para dar o alerta ao menor sinal de perigo, outros colhendo frutas, e outros simplesmente sem fazer nada ou brincando.

Eles vivem em bandos cujo território defende contra a invasão de outros macacos para garantir a sua sobrevivência. Há hierarquia dentro do bando. Os macacos elegem um macho para liderá-los e decidir como se dará a divisão do alimento e que espaço físico deverá ser ocupado que propicie o acesso ao alimento e à água.

Em contrapartida, o “posto de comando” dá ao macho alfa o privilégio de monopolizar os favores sexuais das fêmeas. Isso faz com que os mais novos visem e disputem essa posição social para também ter acesso às fêmeas.

Entretanto quando o macho alfa não corresponde à expectativa do grupo ou mostra fraqueza ou está velho demais ele é afrontado por outro macho e ou destituído do cargo pelo grupo. Quando o macho alfa perde a posição e o seu “cargo” fica vago, geralmente acontece uma disputa pelo poder entre os outros machos.

Em muitas ocasiões os macacos acabam estabelecendo alianças com os outros membros do grupo. E o macho que assume o “cargo” não é necessariamente o mais forte, até porque músculos sem cérebro não servem para muita coisa. Ele é escolhido pela capacidade de persuasão, de formar alianças mais poderosas e de utilizar a sabedoria/diplomacia para corresponder as expectativas de seu grupo, ou seja, ele é escolhido por sua competência e habilidades que garantam o alimento, a segurança e a perpetuação da espécie.

É impossível deixar de reconhecer a similaridade entre as práticas dos macacos e dos humanos, principalmente na estrutura organizacional e na ocupação de “cargos”.

O modo como se interligam e funcionam as partes que compõem a empresa determina os modelos de gestão, a quantidade de postos de trabalhos e o perfil profissional necessário para ocupá-los, a hierarquia, a divisão das tarefas, a comunicação dentre outros.

Por meio do desenho organizacional, são divididas, organizadas e coordenadas as atividades, cujas responsabilidades são atribuídas a pessoas ou grupos, com o intuito de produzir bens ou serviços para satisfazer necessidades específicas.

A ocupação dos cargos deve ser definida levando-se em consideração o conhecimento, habilidades, formação e experiências do candidato para o desenvolvimento das atividades pertinentes ao cargo no processo produtivo. Por isso a diversidade profissional é de fundamental importância para suprir todas as exigências advindas da criação dos postos de trabalho.

Todas as profissões são importantes, cada uma, tem a sua particularidade e a sua forma de remuneração, bem como requer um saber que é construído ao longo da carreira que depende de uma multiplicidade de fatores como: necessidade individual, ambição, experiências pessoais e profissionais, o desenvolvimento intelectual dentre outras. Por isso quanto mais alto e bem remunerado for o cargo, mais exigências de qualificações exigem dos profissionais para ocupá-lo.

Entretanto, muitas pessoas não hesitam em ser espertalhonas para levar vantagem financeira e usufruir de outras benesses existentes ocupando sem nenhum escrúpulo o cargo que ultrapassa as fronteiras do seu saber profissional e de sua habilidade, garantindo-se somente na indicação política.

Na ânsia de se darem bem, essas pessoas, olhando somente para o próprio umbigo, não medem os riscos de colocar a mão na cumbuca ao ocupar o lugar do outro. Nesse contexto, os “invasores” e o trabalho não podem se complementar, produzindo ruptura no processo produtivo por meio de uma interação de perde-ganha.

Ao fazerem a ocupação de um cargo somente por questão da indicação política, os “invasores” e os protetores se esquecem ou negligenciam o pequeno-grande detalhe de que a escolha de uma profissão e a ocupação do cargo é acompanhada de um conjunto de regras de conduta socialmente codificadas em normas, valores, princípios e regras da ética da profissão.

Não se pode fazer aquilo que não se conhece a não ser que se tenham atos desonestos na medida em que esteja seguro da impunidade, uma vez que querer ser bem sucedido sem trabalhar duro é como querer colher sem plantar.

O “invasor” normalmente vive do discurso e se sustenta na realização de ações que dão Ibope junto aos seus protetores. O que ele faz é só propaganda enganosa daquilo que não faz. Metade do trabalho realizado é para fazer com que as coisas pareçam o que não são, priorizando-se o fingimento de que estou trabalhando, ou seja, quando tem de fazer alguma coisa, faz alguma coisa; ainda que não seja exatamente aquilo que devia fazer. Neste caso a ineficiência pode passar facilmente por eficiência, apesar dos resultados dizerem o contrário futuramente comprometendo o processo produtivo e a sobrevivência organizacional.

Fica a pergunta – os profissionais não têm a obrigação de honrar os benefícios dos cargos que ocupam produzindo resultados positivos para a empresa pública ou privada e para a coletividade?

A escolha de uma profissão exige do profissional estar disposto a investir no saber. E o saber leva tempo. A formação profissional requer o desenvolvimento de competências e habilidades numa área específica e uma adesão e comprometimento com a categoria profissional por meio do juramento de cumprir regras estabelecidas como as mais adequadas para o exercício da profissão, fazendo parte do comprometimento do profissional ser eticamente correto.

A competência é um processo que se constrói com atitudes agregadas à ação cotidiana, dedicação individual associada à profissionalização e à busca contínua pelo aprimoramento da capacidade profissional e pessoal, mediante estudos, honestidade/ética, observações, reflexões, articulação de conhecimento, partilha e comunicação de resultados.
A ética é necessária para tutelar a liberdade de cada área de conhecimento um contra a invasão de todos, e a liberdade de todos contra os atentados de cada um. Por isso é fundamental importância que cada um saiba escolher bem a sua profissão e atuar dentro dela de forma honesta.

Analisar o tipo de trabalho e as competências necessárias para ocupar o cargo é um determinante para o sucesso profissional e organizacional como também gostar daquilo que se pretende fazer.

Antes de aceitar qualquer proposta de trabalho, o profissional honesto, além de avaliar os aspectos remuneratórios, deve se perguntar sobre os deveres assumidos, quais serão suas responsabilidades, o que esperam dele na atividade, o que ele deve fazer, e como deve fazer e principalmente se ele tem o perfil profissional adequado para evitar assinar seu próprio atestado de incompetência.

Com isso o profissional trabalha de forma competente na sua área de atuação gerando resultados positivos e mantendo uma relação ganha-ganha com a empresa pública ou privada que escolher trabalhar.

Afinal de contas, nada melhor do que a perfeita combinação entre o profissional e o seu cargo para a obtenção da excelência organizacional. Sonho de consumo de qualquer departamento de RH!

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