Não existem dois seres humanos que agem igualmente. Cada pessoa vê e vive a vida sob um determinado prisma, interpretando-a de uma forma extremamente subjetiva e única.
Nosso corpo transmite informações importantes que demonstram nossa maneira peculiar de ser e de processar as informações recebidas ao longo da nossa vida impactando sobre o nosso modo de agir, de reagir e de interagir com o meio, caracterizando as doenças ou a saúde manifestadas no nosso corpo e alma.
A doença é entendida como um descompasso emocional e físico levando ao desequilíbrio interno, enquanto a saúde é entendida como uma sintonia entre corpo, alma e espírito perfeitamente orquestrados.
A doença se manifesta não só por sinais objetivos observáveis pelos sentidos, mas também por sintomas e sensações subjetivas advindas das interelações entre as pessoas e destas consigo mesmas.
Como os seres humanos são seres sociáveis, há uma necessidade de interação constante entre as pessoas. Entretanto, alguns relacionamentos fazem mal para as pessoas e podem ocorrer tanto no âmbito pessoal quanto no profissional.
Uma das partes da relação sabe manipular as circunstâncias de tal forma que, apesar de fazer o mal, só as suas boas ações ficam visíveis aos olhos do outro. Contudo por detrás da pele de cordeiro, existe um verdadeiro lobo mau pronto para subjulgar sua vítima.
Os algozes são pessoas inteligentes que conhecem bem os pontos fracos de suas vítimas nos quais atuam e sabem manipular os sentimentos que incidem sobre as variantes psicológicas do ser humano.
No começo, é utilizado um processo de sedução para aproximação e invasão sutil do espaço do outro. Mas logo em seguida são utilizadas ameaças veladas ou de clara hostilidade e fria indiferença, que possuem o objetivo de causar um dano na psique da vítima, a fim de reduzi-la à impotência e à servidão completa às suas vontades.
Por meio da utilização de diversos instrumentos de manobra depreciativos, reiterados e prolongados, são criados sentimentos de culpa e de falta de merecimento na vítima. Gentilmente o algoz, sedento do desejo de dominar, humilhar, denegrir e intimidar, ajuda a vítima a ir na direção da auto-destruição, estimulando-a a abrir mão dos sonhos e a pisar sobre o amor próprio.
Quando o mal impera por meio de procedimento astucioso e ardiloso a conta gota nas palavras, no tom, no olhar, na ironia, na indiferença e na humilhação, é capaz de produzir determinada alteração em um indivíduo saudável ao longo do tempo, de tal forma que as feridas na alma, às vezes, são mais profundas do que as de uma agressão física.
O mal destilado pelo algoz invade e alastra-se sem nenhuma cerimônia no universo psicológico da vítima, provocando medo que se apropria de suas ações. Não é a quantidade do mal que importa, ao contrário, quanto menor a quantidade presente e quanto mais constante, maior potencial destrutivo ele tem. Dependendo da regularidade, duração, quantidade de exposição, o mal é capaz de minar a autoestima, infectando a alma, atrofiando os sonhos e paralisando o espírito da vítima.
Aos poucos os sintomas aparecem por meio de algumas reações físicas e psicológicas que pioram ao longo do relacionamento tóxico. Os males se escondem nas profundezas do ser de maneira tão disfarçada que mal se consegue reconhecê-lo. Chega a um determinado momento que a vítima passa a ter dificuldades para saber o que é normal ou não, o que dizer, o que pensar e principalmente o que ela é. A vítima fica numa espécie de transe e totalmente viciada por esse relacionamento tóxico. O cérebro não sabe separar realidade de ficção, levando a pessoa ao comportamento insano. Assim o processo danoso transcende e impulsiona danos substanciais à alma também.
Normalmente é o algoz que abandona a sua vítima porque se cansou de brincar com os sentimentos dela e vai à caça de novas presas. Embora o algoz tenha aniquilado, desorientado e gerado a infelicidade da vítima, para a vítima é inadmissível viver sem o seu algoz tamanha é a sua dependência. Como a vítima foi induzida pelo algoz a ver o paraíso como o inferno e considerar o mais miserável tipo de vida como paraíso, ela o vê e o considera como a tábua da sua salvação.
Assim que é abandonada, a vítima entra em profunda depressão e acredita que não conseguirá sobreviver sem o algoz. Embora a vítima alcance o fundo do poço, ela aos poucos vai se desintoxicando e recobrando a consciência da existência do seu ser. Leva algum tempo para a vítima perceber que, o que parecia ser o fim da sua vida, na verdade, é o início de sua reconstrução.
Passo a passo a pessoa retoma sua Energia Vital e, a partir de um padrão vibratório semelhante e mais forte que o preexistente da intoxicação, começa a desenvolver um auto-respeito e a promover ações a partir da luz clara da consciência. A pessoa amadurece emocionalmente, ou seja, torna-se capaz de raciocinar também com os sentimentos, mantendo-os sob o seu controle, bem como aprende a lidar com a outra pessoa sem abrir mão de si mesma, a impor os seus limites e respeitar os dos outros, a reconhecer as suas falhas humanas e tentar corrigi-las, a sonhar os seus próprios sonhos e a buscar relações dentro de um novo paradigma, levando em consideração cada parte do relacionamento dentro da sua globalidade e integridade pessoal.
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