sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Eu quero mais é ser criança

Os anos passaram voando e não teve outro jeito a não ser amadurecer e assumir diversas responsabilidades. Tornei-me adulta, onde, para sobreviver, aos poucos, fui perdendo a minha magia infantil e entreguei-me às amarras da preocupação e da desconfiança.

Mas assim como o Peter Pan eu não quero crescer para me tornar este tipo de adulto. Recuso-me a ficar com a minha face séria e rígida para suportar a dureza da vida. Eu não quero passar pela vida, eu quero participar dela ativamente e olhá-la sob as várias facetas do caleidoscópio, maravilhando-me com cada olhar.

Não quero ter que ficar pensando no futuro, nas contas que tenho a pagar, nas pessoas que poderão me passar a perna, na violência urbana, no desamor... Não quero ser mais uma sobrevivente neste mundo, quero ser um ser vivo cheio de vida.

Quero transformar a minha criança em mulher e a minha mulher em criança, pois viver é transformar-se. Quero dar asas à minha imaginação, viver sem vergonha de ser feliz, e ter todas as razões para criar e recriar a vida, como uma verdadeira artista que pinta o sete.

Quero estar envolvida de corpo e alma com o que estou fazendo no momento, permitindo-me viver o presente e tudo que me importará é o aqui e agora.

Quero encarar a vida como uma aventura e me sentir uma desbravadora dos sete mares, permitindo experimentar e descobrir o desconhecido. E, mesmo aquilo que nunca tenha realizado, eu terei a convicção de que tudo é possível fazer, desde que eu deseje, tente e queira concretizar os meus sonhos, transformando-os em realidade.

Quero andar rumo ao meu desejo, mesmo que ainda não tenha conseguido dar um passo sequer, pois me sinto autoconfiante perante aos desafios e nunca duvido de mim mesma quando preciso ultrapassar as fronteiras do meu saber.

Quero sentir-me viva para viver a vida intensamente, tornando-a vibrante e pulsante, tais quais são as batidas do meu coração. Quero fazer do ato de viver uma eterna brincadeira, onde qualquer brinquedo mesmo as sucatas se tornam uma fonte de prazer em que construo os meus castelos de sonho.

Quero, apesar de chegar à velhice, continuar sendo uma eterna criança e nunca quero deixar de brincar de viver. E mesmo que eu brinque 100 anos, quero que a brincadeira permaneça interessante como se fosse desfrutada pela primeira vez...

Quero deixar-me viver tudo o que há para viver, sempre com entusiasmo, mesmo que para isso eu pareça ser boba. E na minha pureza e ingenuidade infantil tudo seja motivo para celebrar o fato de eu estar viva.

Como eu sei que jamais terei a oportunidade de viver novamente este instante precioso da minha vida, pois ela é única, eu quero mais é ser criança e deixar que ela viva dentro de mim cheia de alegria e repleta de amor, distribuindo sorrisos para todo o mundo! E que a minha criança seja livre para viver e para desvendar o divino mistério do Criador!